Colapso na Unacon: De 400 atendimentos quimioterápicos regulares a tratamentos suspensos e incertezas

A Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que já foi referência regional no tratamento de câncer, enfrenta atualmente um dos períodos mais críticos de sua história. Em contraste com os tempos da antiga gestão da Fundação Terra Mãe (FTM), quando o serviço funcionou em plena capacidade, hoje o cenário é de colapso e abandono.

Em seu pleno funcionamento, com os repasses do município de Caetité e do Governo do Estado da Bahia sendo realizados em dia, a Unacon oferecia atendimento quimioterápico a cerca de 400 pacientes por mês. O serviço era prestado com todo o suporte necessário, por meio de uma equipe multidisciplinar composta por médicos oncologistas, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. O cuidado era integral e humanizado, refletindo o compromisso com a vida dos pacientes.

Atualmente, no entanto, a realidade é alarmante. Com a gestão da Provida, pouco mais de algumas dezenas de pacientes continuam recebendo quimioterapia, e mesmo assim, de forma irregular. Há relatos frequentes de sessões sendo parceladas ou canceladas, o que compromete seriamente o tratamento e expõe os pacientes a riscos ainda maiores.

Narrativas tentam sustentar a ideia de que o hospital continua operando normalmente, mas a verdade é que até mesmo o setor de quimioterapia foi severamente afetado. Onde antes havia movimento, esperança e acolhimento, hoje restam salas quase vazias e pacientes inseguros diante de um sistema que falha nos momentos mais críticos.

Enquanto isso, as autoridades regionais e estaduais permanecem em silêncio. Não há manifestações públicas nem planos anunciados para reverter o quadro. O abandono institucional só agrava o sofrimento daqueles que enfrentam a dura realidade do câncer sem o suporte mínimo necessário.

A Unacon, que já foi símbolo de dignidade e eficiência no tratamento oncológico, hoje se tornou retrato da negligência. O tempo, que é essencial para quem luta contra o câncer, segue passando — e, com ele, a chance de muitos pacientes continuarem lutando com esperança.