Caos anunciado: Médico oncologista alertou em vídeo sobre risco de colapso na UNACON antes da troca de gestão

Um vídeo gravado às vésperas das eleições municipais de 2024 volta a circular nas redes sociais e ganha repercussão diante da situação crítica enfrentada atualmente pela Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), que atende a mais de 40 municípios da região. Nele, um médico oncologista que integrava a equipe da Fundação Terra Mãe faz um alerta contundente: a troca abrupta de gestão poderia resultar na paralisação de serviços essenciais como cirurgias, internações e sessões de quimioterapia.

O profissional, que atuou por anos na linha de frente do combate ao câncer na unidade, destacou que qualquer transição de comando precisaria ser feita com planejamento e diálogo. "Sem uma gestão responsável e coordenada, os pacientes serão diretamente prejudicados", alertou à época.

A previsão do médico infelizmente se concretizou. Após a saída conturbada da Fundação Terra Mãe — feita sob escolta policial — a organização Pró-Vida assumiu a administração da unidade. Passados 90 dias, o cenário é de colapso.

Hospital praticamente parado

Relatos de pacientes e profissionais apontam que o hospital está praticamente parado. Procedimentos foram suspensos, a fila por tratamento se tornou insustentável e centenas de pacientes ficaram sem assistência adequada. A UNACON, que antes atendia regularmente pacientes de 43 municípios, hoje opera com serviços limitados, comprometendo gravemente a luta contra o câncer na região.

Silêncio das autoridades

Apesar da gravidade do cenário, o governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades regionais ainda não se manifestaram publicamente sobre a crise. O silêncio tem causado revolta entre familiares de pacientes e profissionais da saúde, que cobram uma resposta imediata.

“É inadmissível que vidas estejam sendo colocadas em risco por decisões administrativas tomadas sem critério”, declarou uma funcionária da unidade, sob condição de anonimato.

Enquanto o impasse persiste e o hospital agoniza, cresce a pressão por transparência, apuração de responsabilidades e, sobretudo, por soluções urgentes que devolvam à população o atendimento oncológico digno e contínuo que ela merece.