Servidores municipais de Caetité podem acionar na Justiça Presidente do SINDSERV por suposta negociação salarial sem Plenária

Caetité (BA) – Servidores públicos municipais de Caetité divulgaram uma carta de repúdio contra o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDSERV), Xavier Francisco, acusando-o de ter fechado um acordo salarial com a administração municipal de forma unilateral, sem convocação de plenária e sem diálogo com a categoria.

O episódio ganhou ainda mais repercussão pelo fato de que Xavier foi reeleito presidente do SINDSERV no último dia 9 de maio, e logo após sua recondução ao cargo teria firmado o acordo salarial com o Executivo municipal. Para os servidores, a rapidez e a forma como as negociações foram conduzidas levantam suspeitas de falta de transparência e violação do estatuto do sindicato.

De acordo com a carta, que vem circulando amplamente nas redes sociais, Xavier teria conduzido as tratativas salariais de maneira “obscura”, ignorando os mecanismos de consulta à base previstos no estatuto sindical. Os servidores alegam que não foram convocados para nenhuma assembleia ou reunião que os autorizasse a deliberar sobre as propostas da administração.

Na manifestação pública, os servidores exigem a imediata revogação dos atos praticados pelo presidente, alegando que a negociação não possui legitimidade e fere os princípios democráticos e participativos que regem a atuação sindical. O documento afirma ainda que, caso os atos não sejam anulados, a categoria poderá solicitar o afastamento de Xavier Francisco da presidência do sindicato e buscar responsabilizá-lo judicialmente.

Em reação ao impasse, os servidores convocaram uma plenária extraordinária para discutir o episódio e definir os próximos passos da mobilização. A reunião deverá tratar da validade do acordo firmado, além de eventuais medidas para restabelecer a participação democrática nas decisões sindicais.

A Prefeitura Municipal de Caetité, que vinha mantendo canais de negociação com o sindicato, teria fechado o acordo com o presidente da entidade. Caso o ato seja revogado, o município deverá abrir novamente as rodadas de negociações. 

Procurado pela reportagem para comentar as acusações, o presidente Xavier Francisco não respondeu até o fechamento desta matéria.