Gestão da UNACON em Caetité: diálogo entre município e Estado avança, e unidade pode ser estadualizada
Na tarde desta quarta-feira (5), a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, e o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, se reuniram com 40 prefeitos da região, para tratar da ampliação dos serviços da UNACON no município, uma unidade que é referência no tratamento oncológico para o sudoeste da Bahia. No encontro também participou o prefeito de Caetité Valtécio Aguiar.
De acordo com a proposta apresentada pelo governador Jerônimo Rodrigues, em parceria com o Governo Federal, há o objetivo de estadualizar a unidade para garantir o pleno funcionamento, ampliar número de atendimentos e especialidades médicas, além de assegurar a continuidade dos tratamentos de quimioterapia realizados em Caetité. Segundo Valtécio Aguiar, “estamos confiantes de que, em breve, poderemos anunciar uma grande conquista para Caetité e para todo o território”.
O “embrolio” que se arrasta
Apesar das boas intenções atuais, a UNACON de Caetité acumula um impasse antigo que já vem desde pelo menos 2020. À época, a Fundação Terra Mãe assumiu a gestão da unidade por meio de cessão do município e ofereceu serviços amplos de atendimento.
Em abril de 2024, foi revelado que o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) rejeitou pedido da prefeitura de Caetité e emitiu parecer favorável à Fundação Terra Mãe num processo que tramitava no Tribunal de Justiça da Bahia.
Em fevereiro de 2025 a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) divulgou nota afirmando que “não há qualquer pendência financeira com a Fundação Terra Mãe”, mesmo com manifestações de funcionários da unidade apontando para atrasos de salários.
Em 9 de fevereiro de 2025, a Prefeitura anunciou a retomada da gestão da unidade pelo município. Duas empresas passaram nesse período, mas os serviços não foram retomados a contento, mantendo as incertezas ainda persistem até hoje.
O que está em jogo
A estadualização da UNACON visa dar maior estabilidade financeira, técnica e institucional à unidade, o que é considerado fundamental para pacientes oncológicos da região.
A falta de definição na gestão da unidade gera insegurança para profissionais e usuários, o que pode comprometer a continuidade dos tratamentos.
A parceria entre governo estadual, federal e município, se bem estruturada, poderá ampliar o acesso a especialidades e tratamentos, reduzindo deslocamentos e riscos para pacientes.
Conclusão
A reunião desta quarta-feira marca um passo importante para o fortalecimento da rede pública de saúde em Caetité e região. No entanto, o histórico de incertezas na gestão da UNACON, não está completamente resolvido, evidencia que o embrolio administrativo ainda não está completamente desfeito. Resta agora à sociedade, aos pacientes e aos gestores acompanharem de perto o desdobramento prático: quando a estadualização será de fato concluída, quais especialidades serão implementadas e como será garantido o funcionamento permanente da unidade. A População torce para uma resolução breve e rápida e que a UNACON, volte a atender a todos que precisam.